Trabalho de retirada da linha de transmissão da CEEE é retomado em Rio Grande neste sábado
Por admin / Publicado: 18/04/2008 — Última modificação: 18/10/2019 16h25
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Os técnicos da Companhia Estadual de Energia Elétrica desligaram na manhã deste sábado, 19, a Linha de Transmissão entre Rio Grande e São José do Norte para a continuação dos trabalhos de retirada dos cabos de energia, visando a entrada do pórtico-guindaste trazido da China pela WTorre para o dique seco, em construção no Superporto rio-grandino. A plataforma está fora da Barra do Rio Grande desde domingo passado esperando liberação para chegar ao porto, o que, em função da altura (cerca de 85 metros), somente pode ocorrer com a retirada completa da linha, que tem um vão com 72 metros de altura. A previsão, agora, é que a entrada do pórtico aconteça entre quarta-feira (23) e quinta-feira (24) da próxima semana.
Após a instalação e os testes de funcionamento nos geradores em São José do Norte, a operação iniciou na quarta-feira passada (17), com a retirada do primeiro cabo, mas precisou ser interrompida pelos técnicos da CEEE, responsáveis pela fiscalização do trabalho no local, porque houve problema com os geradores colocados pela Poit Energia, empresa contratada pela WTorre, os quais não conseguiram ser ligados na sua totalidade. Depois chegada de mais equipamentos e de novos ensaios e testes, durante a sexta-feira, 18, em todos os grupos de geradores, que totalizam 8,3 MW (megawatts), e da certeza de que a população do município - cerca de 26 mil pessoas - não tivesse interrupção no fornecimento de energia elétrica, a linha pôde ser finalmente desligada e o trabalho retomado. “Estamos, agora, com 50% a mais da necessidade do consumo do município, que é de aproximadamente 5,2 megawatts”, diz Sérgio Sodré, chefe da Divisão de Operação e Manutenção da CEEE, que coordena o serviço em São José do Norte e que envolve cerca de 50 pessoas. Segundo ele, isso é importante, porque se houver algum imprevisto há possibilidade de remanejamento de carga para que possamos atender a todos os nossos consumidores.
A empresa Hot Line, contratada pela WTorre para fazer a troca dos condutores da linha de transmissão, está retirando, neste sábado, as 160 esferas sinalizadoras existentes nos dois cabos superiores. O trabalho segue o horário determinado pela Capitania dos Portos, entre 8 e 14 horas. A partir daí, a cada dia, até quarta-feira, será retirado um cabo por vez.
Novos cabos
Depois da saída de todos os cabos e da passagem do pórtico, inicia outra etapa da operação, que vai até o final da próxima semana, e prevê a instalação de outros, mais flexíveis e de maior resistência mecânica, que permitirão à entrada de outras estruturas no porto de Rio Grande. Esse material, em caso de necessidade, permitirá que a linha seja tracionada, chegando a 100 metros de altura, possibilitando a passagem de outras embarcações, até a instalação definitiva do cabo subaquático, conforme estudos e projetos apresentados à CEEE e à autoridade portuária. Em junho próximo, essa ação de elevação dos cabos já será executada para a passagem de outra estrutura marítima pelo local.
A linha de transmissão aérea de 69 mil Volts, isolada para 69 kV (quilovolts) e operando em 23 kV, atravessa o canal de acesso ao porto rio-grandino, desde o Tecon, em Rio Grande, até São José do Norte, e está a 72 metros do nível da água. Essa obra, construída pela CEEE nos anos 90, e que funciona de forma satisfatória há mais de 15 anos, permitiu integrar o município ao Sistema Interligado Nacional, uma vez que, até então, o fornecimento de energia era realizado através de duas usinas, que utilizavam como combustível óleo diesel. Essa linha foi projetada para permitir futura conexão à subestação de 12,5 MVA (megavolt-ampère), com previsão de execução até 2010, naquele município.
A solução definitiva, analisada técnica e economicamente como a mais viável, é a construção de travessia subaquática de dois quilômetros, em 69 mil Volts. Esse projeto encontra-se, atualmente, em fase de detalhamento do projeto básico, processo licitatório e licenciamento ambiental. Os investimentos necessários a esse empreendimento, da ordem de R$ 20 milhões, serão custeados, majoritariamente, pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através de recursos da Superintendência do Porto de Rio Grande e do Grupo CEEE.
A obra levará cerca de 120 dias e utilizará o mesmo trecho em que se encontram, hoje, os condutores aéreos. O presidente do Grupo CEEE, José Francisco Pereira Braga, diz que essa estrutura será importante já para a saída da plataforma oceânica P-53, da Petrobrás, com 124 metros de altura, no final de setembro e, também, para os futuros projetos que, certamente, virão para o Porto de Rio Grande e estão ajudando a desenvolver o Estado e, em especial, à região Sul.
Foto: Cleto Arrieche