Horário de Verão deverá economizar 4,6% no horário de ponta de consumo
Por admin / Publicado: 15/10/2008 — Última modificação: 18/10/2019 16h26
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O horário de verão, que inicia à meia-noite do próximo sábado, dia 18 de outubro, deve provocar uma redução de carga de cerca de 4,6% no horário de demanda máxima do sistema, no Rio Grande do Sul, e uma queda no consumo total do Estado de cerca de 0,5%. A partir deste dia, até às 24 horas do dia 14 de fevereiro de 2009, os relógios serão adiantados em uma hora nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal. Esta, que é a 35ª edição do Horário Brasileiro de Verão, atinge regiões onde há um aproveitamento mais eficiente da luz solar nessa época do ano, com o objetivo de reduzir o consumo de energia de elétrica, através do melhor aproveitamento da iluminação natural.
Conforme o Decreto do Ministério de Minas e Energia (MME) 6.558, de oito de setembro deste ano, a partir desta edição, anualmente, o horário de verão iniciará sempre no terceiro domingo de outubro, e irá encerrar no terceiro domingo de fevereiro. A redução da carga resultante da implantação Horário de Verão deste ano propiciará uma economia da ordem de R$ 30 milhões, especialmente pela redução da geração térmica.
De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), a previsão é que a economia no consumo em todo o País fique entre 4% e 5% na demanda no horário de pico, o que representa cerca de 2,3 mil MW (megawatts). Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a redução estimada na demanda é da ordem de 4,4% ou 1.790 MW, o que equivale ao dobro da carga no horário de pico de Brasília ou a 65% da cidade do Rio de Janeiro. Já na região Sul, o valor deverá ser da ordem de 528 MW, o que corresponde a 75% da carga de pico de Porto Alegre. Especificamente no Rio Grande do Sul a economia é na ordem de 165 MW.
Segundo o diretor de Transmissão do Grupo CEEE, José Francisco Pereira Braga, o horário de verão é importante, porque ameniza os efeitos de crescimento do consumo nos períodos de maior demanda ao longo do dia, especialmente pelo desencontro do uso da energia elétrica pelos diferentes segmentos de consumidores, aliviando, com isso, o sistema elétrico brasileiro nesses momentos de pico. Ressalta que, com o horário de verão, o Rio Grande do Sul economizará cerca de 48.700 MWh, o equivalente ao consumo anual do município de Capão da Canoa, que tem uma população de 36 mil habitantes. Afirma, ainda, que apesar de o Rio Grande do Sul vir realizando obras que aumentam a margem de segurança para o sistema eletroenergético, “é de fundamental importância que os investimentos em geração, transmissão e distribuição sejam mantidos, para que não haja falta de energia ou queda na qualidade do atendimento”.
A demanda máxima esperada pelo Grupo CEEE, para o próximo verão, deve ultrapassar os 5000 MW, entre os meses de fevereiro e abril de 2008, época em que os termômetros registram temperaturas superiores aos 35ºC, elevando o consumo de energia. O último recorde registrado pela Companhia, no Estado, aconteceu no dia 10 de janeiro deste ano, às 14h31, quando a temperatura era de 35,6ºC. Naquela data, o Centro de Operação do Sistema da Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica registrou uma demanda de 4.823 MW.
Na área de atuação da CEEE-D, responsável pelo atendimento a 72 municípios das regiões Sul e Sudeste, a economia será de cerca de 17.700 MWh, ou o equivalente a dois meses do consumo de energia em Bagé, que tem uma população superior a 122 mil habitantes. A CEEE é responsável pela geração hidrelétrica em 16 usinas, pelo transporte da energia a todas as regiões do Estado e pelo atendimento direto a 1,4 milhão de consumidores.
Instituído pela primeira vez no Brasil no verão de 1931/1932, o horário especial ocorre anualmente, desde 1985. O principal objetivo da sua implantação é o melhor aproveitamento da luz natural ao entardecer, o que proporciona substancial redução na geração da energia elétrica que se destina à iluminação artificial. Segundo o Ministério de Minas e Energia (MNE), a medida é importante pois reduz a ponta do sistema elétrico brasileiro. No Rio Grande do Sul, ao contrário do restante do País, a máxima demanda de energia (pico de consumo) tem sido registrada no horário da tarde (entre 14 e 16 horas), quando há uma coincidência de atividades, em conjunto com as cargas de refrigeração utilizadas por todos os segmentos de consumo, intensificada nos dias mais quentes, tendência que deve se repetir no próximo verão.