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Igrejas são palco de apresentações de música Barroca

Patrocinada pelo Grupo CEEE, a sétima edição do Música Antiga nas Igrejas divulga composições do Barroco italiano e alemão

Por admin / Publicado: 29/11/2010 Última modificação: 18/10/2019 16h27

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A sonoridade do Barroco, com suas características melodias repletas de ornamentos, irá encantar os admiradores deste período da música erudita. Entre os dias 3 e 12 de dezembro, igrejas da Capital e do interior do Estado irão receber a sétima edição do projeto Música Antiga nas Igrejas, desenvolvido pelo Grupo Instrumentarium, especializado na pesquisa da música dos períodos Renascentista e Barroco, que irá interpretar a música barroca italiana e alemã do século XVII. Canoas será a primeira das dez cidades gaúchas a receber o projeto, que conta  novamente com o patrocínio cultural do Grupo CEEE, através da Lei Rouanet.  A Companhia já patrocinou quatro ediçõe anteriores. O público terá a chance de conferir como o grupo recria, com êxito, a sonoridade e os tratos estilísticos de uma época tão fecunda para a História da Música – quando os oratórios, orquestras de câmara e instrumentos como o cravo e o órgão atingiram grande popularidade.

 

Nesta sétima edição, integram o programa obras dos compositores Claudio Monteverdi (famoso, dentre outros trabalhos, pelo drama cantado L’Orfeo, de 1607, considerado a primeira ópera), Luigi Pozzi, Ludovico Viadana Grossa e Giovanni Paolo Cima, entre outros expoentes do Barroco italiano, e os alemães Mathias Weckmann e Philipp Heirich Erlebach, além do organista Dietrich Buxtehude. Entre os gêneros musicais, o Grupo Instrumentarium irá executar cantatas, sonatas e peças musicais, mostrando, assim, a meticulosidade de um trabalho que vem gerando o reconhecimento da crítica internacional. Na atualidade, o Instrumentarium é considerado um dos principais grupos especializados na interpretação da Música Antiga, que abrange os períodos Medieval, Renascentista e Barroco.

 

Dirigido e formado em 1996 pelo flautista Rodrigo Calveyra, o Grupo Instrumentarium varia sua formação conforme o projeto a ser realizado. Já contou com importantes nomes do cenário internacional da Música Antiga, como Luis Otávio Santos, Giorgio Paronuzzi e Nina Diehl. O conjunto já participou de importantes festivais de Música Antiga na América do Sul e Europa, sendo aclamado como um dos melhores grupos de Música Antiga do Brasil. Além de Rodrigo, que toca flauta doce e cornetto, compõem o grupo, cuja coordenadora geral é Marli Calveyra, o barítono Victor Torres, o violinista Roberto Rutkauskas, o cravista Jorge Lavista e Juan Manuel Quintana, que toca viola da gamba.

 

Aluno de Cornetto do programa de mestrado do Conservatório de Trossingen (Alemanha), Calveyra reside atualmente em Estrasburgo, onde desenvolve intensa atividade concertística e docente. Em 1996, o diretor do Instrumentarium ingressou no renomado conservatório de música antiga Schola Cantorum Basiliensis, na Basiléia (Suíça), onde, em 2000, obteve o diploma de solista em flauta doce, sob orientação do professor Conrad Steinmann. Paralelamente aos seus estudos na Basiléia, foi aluno do renomado flautista e musicólogo Pedro Memelsdorff, na Civica Scuola di Musica di Milano (Itália). O barítono argentino Victor Torres é um reconhecido intérprete de música de câmara e de oratório, estando incluídas, em seu extenso repertório, obras de Claudio Monteverdi e cantatas e paixões de Johann Sebatian Bach.

 

Em Canoas, a apresentação será no próximo dia 3, às 20h, na Capela São José do Unilasalle. No dia seguinte, o grupo seguirá para Teutônia, apresentando-se na Igreja Evangélica Redentor, no Bairro Canabarro, às 20h. Em Porto Alegre, o Instrumentarium fará apresentação no dia 5 de dezembro, às 18h, na Igreja São José. Até o dia 12, o conjunto musical leva sua interpretação da música barroca aos municípios de São Francisco de Paula, Taquara, Estrela, Santa Cruz, Caxias do Sul, Veranópolis e Novo Hamburgo (confira box com a programação completa). A entrada é franca.

 

 

Saiba mais sobre os legados do Barroco para a História da Música

 

Originalmente italiano, o Barroco musical, que se estendeu de 1600 a 1750, estabeleceu uma série de rupturas em relação à Renascença, refletia o conflito do homem e era ricamente ornamentado, tanto que já no início do século XVI, um grupo de músicos, intelectuais e comerciantes reuniu-se em Veneza e designou-se Camerata, tendo por objetivo a descoberta de aplicações dramáticas à música. Dentre as inovações do Barroco estão a ópera, a Teoria dos Afetos e o advento do Baixo Contínuo – denominação antiga para o baixo que não se interrompe e era executado quase sempre com uma viola baixa, um fagote ou qualquer outro instrumento grave. Na música sacra, o Barroco em muito utilizou os Lamentos em tons elegíacos. Na dança, que, assim como a música expressa os sentimentos de um determinado período histórico, uma de suas referências mais populares foi a Sarabanda, dança espanhola surgida no século XVI, que apresenta poucas notas musicais, repletas de ornamentos, e andamento muitíssimo grave.

 

Rodrigo Calveyra explica que, ao contrário do período Renascentista, baseado em um ideal humanista e naturalista, no qual a ciência ocupou um papel de destaque, o século XVII marcou o início de uma nova era na História da Arte no Ocidente: o Barroco, caracterizado pelo grande contraste de formas e cores e por um tratamento dramático na abordagem dos temas, em contraste com a Renascença, marcada pela austeridade e moderação. “Na música, este conceito é percebido principalmente pelo contraste de sons e pela dramaticidade do texto. No presente programa, as músicas do Barroco italiano e alemão são confrontadas. No início do XVII, quando a Itália era considerada a capital cultural européia, o estilo italiano era exportado aos demais países da Europa ocidental e a sua influência foi determinante para a evolução da música nas nações vizinhas. Apesar de fortemente influenciado pela Itália, o Barroco alemão prontamente tomou outra direção. A cultura na Alemanha se desenvolveu rapidamente à época e muitos consideravam a cidade de Dresden basilar no final da era Barroca, já no século XVIII”.

 

 

Confira a programação da 7ª edição do projeto Música Antiga nas Igrejas

 

Em todas as apresentações, a entrada é franca.

 

03/12 – Canoas

Capela São José do Unilasalle, às 20h

 

04/12 – Teutônia

Igreja Evangélica Redentor, no bairro Canabarro, às 20h

 

05/12 – Porto Alegre

Igreja São José, na Avenida Alberto Bins, 467, às 18h

 

06/12 – São Francisco de Paula

Igreja Matriz de São Francisco de Paula, às 20h

 

07/12 – Taquara

Igreja Adventista do 7º Dia, às 20h

 

08/12 – Estrela

Igreja Santuário Santo Antônio, às 20h

 

09/12 – Santa Cruz

Igreja Evangélica Luterana do Brasil, às 20h

 

10/12 – Caxias do Sul

Igreja Nossa Senhora do Rosário de Pompéia de Galópolis, às 20h

 

11/12 – Veranópolis

Igreja Matriz de São Luiz Gonzaga, às 20h

 

12/12 – Novo Hamburgo

Igreja Ascenção, na Rua Bento Gonçalves, às 20h

 

 

Programa

 

Luigi Pozzi - Cantata Sopra la Passacaglia

 

Ludovico Viadana Grossa - Canzon Francese in Risposta           

 

Giovanni Paolo Cima - Surge Propera

 

Bartolomeo de Selma y Salaverde - Vestiva i Colli

 

Biagio Marini -La Vecchia Innamorata

 

Salomone Rossi - La Bergamasca

 

Claudio Monteverdi - Sì Dolce è’l Tormento

 

Mathias Weckmann - Toccata em Mi m

 

Dietrich Buxtehude - Sonata em Mi m

 

Philipp Heirich Erlebach - Himmel du Weilst meine Plagen

 

Tarquino Merula - La Trecha

 

Tarquino Merula - Folle è Ben che si Crede

 

Tarquino Merula  - Ciaccona

 

Dietrich Buxtehude - Quemadmodum Desiderat Cervus

 

 

Currículo dos integrantes do Grupo Instrumentarium

 

Victor Torres – Barítono 

Nascido em Buenos Aires, é diplomado pelo Instituto Superior de Arte do Teatro Colón, tendo estudado canto com Ida Terkiel, Catalina Hadis, Horacio Soutric e Mercedes Alicea. Participou de Master Classes com Ernst Haefliger, Gerard Souza e Guillermo Opitz. Reconhecido intérprete de música de câmara e de oratório, seu extenso repertório inclui obras de Claudio Monteverdi, cantatas e paixões de Johann Sebatian Bach, liederes de Mozart, Schubert, Schumman, Bramhs e Wolf; chansons de Debussy, Ravel, Faure e Duparc, songs de Purcell, Williams, Britten, Ives e Barber e canciones de Falla, Buchardo, Guastavino e Ginastera. Recebeu o Prêmio Clarín à Figura da Música Clássica (2007) e o Diploma ao Mérito da Fundación Konex (2009). Desenvolve sua carreira em importantes teatros como o Teatro Colón, Teatro Argentino de la Plata, Teatro de Chatelet, Opera Bastilla, Grande Teatro de Genebra, Opera de Nancy, Ópera de Lyon, Liceo de Barcelona, Saatsoper de Berlim, Ópera de Bordeaux, Ópera de Lausanne, Massimo de Palermo, Comunale de Florencia, Teatro de la Monnaie, entre outros. Seu repertório operístico abrange os papéis protagonistas da Traviata, Don Carlos, Simon Boccanegra, Falstaff, Rigoletto, Nozze di Figaro, Cosi fan tutte, La Boheme, Madama Butterfly, Adriana Lecouvreur, Manon, Werther, Cenerentola, Lucia di Lamermoor, L’Elisir d’Amore, L’Orfeo, Il Ritorno d’Ulisse in Patria, Orlando Paladino. Cantou sob a direção de destacados diretores como Rene Jacobs, Giovanni Antonini, Michel Corboz, Evelino Pido, Jordi Savall e Gabriel Garrido, entre outros. Entre seus registros discográficos se destacam l’Orfeo de Monteverdi com G. Garrido e Weichen im Himmel de Erlebach com Stylus Phantasticus.

 

Rodrigo Calveyra – Cornetto e Flauta Doce

Natural de Porto Alegre, estudou flauta doce e transversal, oboé, violino e piano em sua primeira formação musical. Ainda jovem, venceu vários concursos de flauta doce em nível nacional e internacional, como o “Concurso Rosa Mística”, em Curitiba, e o “Concurso Nacional de Flauta Doce de Fraiburgo”. Em 1991, foi vencedor do concurso da Fundação VITAE, onde ganhou uma bolsa de estudos para aperfeiçoamento em flauta-doce e música de câmara em Buenos Aires (Argentina). Como solista, já aos 14 anos de idade atuou junto à Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, sob a regência do maestro Túlio Belardi. Foi solista convidado de importantes orquestras no Brasil, Suíça, Itália, Espanha, França e Argentina. Participou da gravação dos Concertos Grossos de G.F.Haendel com a Kammerorchester Basel, pela Deutsche Harmonia Mundi. Com o grupo Capella Mediterranea, sob a direção de Leonardo Garcia Alarcon, participou de gravações para Ricercar e Harmonia Mundi France e apresentou-se em importantes festivais na França e Alemanha. É diretor artístico do Instrumentarium, grupo especializado na interpretação da música antiga com instrumentos históricos, realizando concertos periódicos no Brasil e na Argentina com importantes nomes da música antiga como Juan Manuel Quintana, Jorge Lavista, Manfredo Kraemer e Maria Cristina Kiehr.

 

Roberto Rutkauskas - Violino

Nascido em um ambiente muito familiarizado com a música, iniciou seus estudos muito jovem. Aluno do maestro Ljerko Spiller, atuou como solista nas orquestras argentinas Sinfónica Nacional, Sinfónica de Buenos Aires, Orquesta del Teatro Argentino de La Plata, Filarmónica de Buenos Aires, entre outras. Obteve prêmios no Concurso de Cuerdas Franz Liszt e no Concurso de Musica de la Scala de San Telmo (Primeiro Prêmio). Em 2003, obteve, por concurso, o posto de Spalla da Orquesta Sinfónica Nacional da Argentina, ainda exercido. É o primeiro violino do Cuarteto Vivace, desde sua criação, em 200,1 com o qual percorreu a Argentina interpretando música de câmara de todos os períodos, com atenção especial ao período Clássico. Desde 2006, desenvolve uma intensa atividade como músico historicista e dedica-se à interpretação dos períodos Barroco e Clássico com instrumentos autênticos e modernos, respeitando o enfoque estético apropriado a cada estilo em ambos casos.

 

Juan Manuel Quintana – Viola da Gamba

Nacido em Buenos Aires, iniciou seus estudos de viola da gamba aos 14 anos, com Ricardo Masun, e, em seguida, na Suíça, com Ariane Maurette, em Genebra, e Paolo Padolfo, na Schola Cantorum Basiliensis, na Basiléia. Realizou o ciclo de aperfeiçoamento do Conservatório Nacional Superior de Paris, com Christophe Coin. Atuou nas mais prestigiosas salas de concerto da Argentina, Europa, Estados Unidos, América Latina e Japão, em grupos como o Concerto Vocale, Les Musiciens du Louvre, Hesperion XXI, Ensemble Vocal de Lausanne, Concerto Köln e Al Ayre Español, entre outros, participando de gravações para as mais importantes casas discográfica: Archiv Produktion, Harmonia Mundi France, Glossa e Alia Vox. Foi professor de viola da gamba no Festival Internacional de Curitiba e no curso de verão da Universidade de Salamanca. Realizou, pela Harmonia Mundi, as gravações das Suites de Marin Marais, das sonatas para viola da gamba e cravo de Bach e dos triosonatas de Buxtehude, recebendo numerosas recompensas da crítica (Diapason d’Or, Choc du Monde de la Musique e nominação para o Grammy Awards). Em 1999 e 2000, foi assistente de Marc Minkowski na Ópera de Paris, em Aix en Provence, em Viena e em Zurique. Dirigiu numerosos projetos na Argentina e no exterior, incluindo as três óperas de Monteverdi, assim como Agrippina e Rodelinda de Haendel. É professor de viola da gamba no conservatório Manuel de Falla, de Buenos Aires, e é convidado regularmente a ministrar cursos na Espanha, no Chile e no Brasil.

 

Jorge Lavista – Cravo

Natural de Buenos Aires, graduou-se na Escola Nacional de Música Juan Pedro Esnaola. Foi aluno de Silvia Leideman e María E. Cora e prosseguiu seus estudos no Conservatório Real de Haia (Holanda) e na Schola Cantorum Basiliensis (Suíça). Viveu na Holanda entre 1991 e 2003, desenvolvendo uma atividade como cravista, organista e diretor, tendo se apresentado em importantes festivais e salas de Música Antiga na Europa e América do Sul e colaborado com destacados artistas, como Max van Egmond, Frans Brüggen, Jos van Veldhoven, Jacques Ogg, Wilbert Hazelzet, Manfredo Kraemer, Juan Manuel Quintana, Gabriel Garrido e René van Sluis. Sua atividade docente compreende aulas de música Barroca em nível superior na Casa de Mateus (Portugal) e Centro de Música Antigua de Buenos Aires (Argentina), entre outros. Participou em duas ocasiões como cravista do grupo Instrumentarium dentro do projeto Música Antiga nas Igrejas, realizando 20 concertos no Sul do Brasil. Dirige o seu próprio grupo, o Compendio Musicale, fundado em 1999 e dedicado principalmente à interpretação das obras de Bach e Haendel. Dirigiu a ópera Dido e Eneas, de Purcell, e o oratório A Ressureição, de Haendel, no Festival de Música Barroca de Córdoba.

  

Fonte: Carla Damasceno Ferreira (texto). ACS/Grupo CEEE.

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