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Porto Alegre já usa internet pela rede elétrica da CEEE

Projeto é piloto e está instalado no bairro Restinga, na zona Sul de Porto Alegre

Por admin / Publicado: 22/08/2008 Última modificação: 18/10/2019 16h26

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O Grupo CEEE recebeu com entusiasmo a notícia de aprovação, pelo conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), do regulamento sobre as condições de uso de sistemas de acesso em banda larga utilizando a rede de energia elétrica. Segundo o presidente da CEEE, José Francisco Pereira Braga, essa ação é importante, porque possibilita a ampliação dos serviços oferecidos através da  infra-estrutura energética da Companhia, além de melhorar os processos de atendimentos aos consumidores de energia da empresa.

O Grupo CEEE já possui um projeto experimental de Power Line Communication, realizado em conjunto pela Universidade Federal do Rio Grande (UFRGS), Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (Procempa) e o Centro de Excelência em Tecnologias Avançadas do Senai.  Chamado simplesmente de PLC pelos profissionais das telecomunicações, o sistema  pode revolucionar o acesso à Internet no Rio Grande do Sul e melhorar as questões logísticas da distribuição de energia elétrica. O termo é genérico e define a possibilidade de associar em um mesmo cabo a energia elétrica e o sinal DSL. Na prática, o PLC  permite que as tradicionais tomadas – que existem em mais de 97% das residências gaúchas – sejam utilizadas também para estabelecer conexão à grande rede mundial de computadores.

No caso de Porto Alegre, o PLC funciona como projeto piloto no bairro da Restinga, zona sul da capital, onde a Procempa tinha dificuldades para estabelecer troca de dados permanente com as escolas, postos de saúde e outros estabelecimentos públicos daquela localidade que é uma das mais distantes do centro, cerca de 30 quilômetros.

            De acordo com um dos pesquisadores, o engenheiro eletricista da Divisão de Telecomunicações do Grupo CEEE, Roberto Gazzana, optou-se pela Restinga porque a região representa bem a realidade da malha gaúcha de energia. “Com esse piloto, avaliamos o PLC e o comportamento do sistema”, disse.

O funcionamento

A energia elétrica é transmitida pela rede, independente da tensão, na freqüência de 60 Hz. Já o tráfego de dados utiliza freqüências muito mais altas, na faixa de um a 30 Mhz, e conforme Gazzana essas diferenças tornam possível a transmissão de energia e dados no mesmo condutor. “Utiliza-se a mesma fiação convencional da rede elétrica. Porém, é preciso que a distribuidora do serviço de dados instale um aparelho mestre na rede e que o usuário também tenha um segundo equipamento popularmente chamado de escravo. “Em alguns casos se fazem necessários repetidores para corrigir a qualidade do sinal”,  falou Gazzana.

Rede inteligente

Conforme o presidente do Grupo CEEE, essa tecnologia poderia ajudar também no serviço de atendimento e identificação de falhas nas redes da CEEE-D. “Hoje, a Companhia possui 29 mil quilômetros de rede. Com o PLC, passaríamos a usar a rede inteligente (Smart grid) que ajudaria a identificar e até operar alguns defeitos no fornecimento de energia elétrica através de chaves remotas”, afirmou.

Outra possibilidade disponível depois da implantação do PLC diz respeito a leitura e controle da demanda on-line dos medidores. Esse fluxo de informações em tempo real já é utilizado por distribuidoras de energia elétrica de 11 países europeus e em 35 dos 50 estados norte-americanos.

Benefícios à comunidade

No projeto piloto alguns avanços sociais já acenam para o sucesso da iniciativa que usa a rede da CEEE. É o caso das transmissões de imagens feitas via PLC a partir do posto de saúde Macedônia, também no bairro Restinga. O serviço intitulado de Telemedicina funciona assim: profissionais da saúde que trabalham no local enviam imagens das pacientes gestantes aos especialistas do Hospital Presidente Vargas; estes, avaliam os audiovisuais e emitem um laudo. Até hoje já foram mais de 80 exames realizados com via PLC.

Para o responsável pelo departamento de projetos especiais da Procempa, Cirano Iochpe, a Telemedicina dá conforto e segurança às gestantes, pois evita que as mesmas tenham que se deslocar até o centro de Porto Alegre. “A Procempa vê esse projeto como uma oportunidade de inclusão social e, principalmente, de desenvolvimento”, disse.

  

Na foto, presidente da CEEE; José Francisco Pereira Braga e presidente da Procempa, André Imarkulczynski